

CS:GO
Mais treinadores brasileiros são punidos devido ao “Bug do Coach”
Publicado
4 meses atráson
Por
Heitor SousaO comunicado
Nesta manhã, a Esports Integrity Commission (ESIC) revelou uma nova onda de treinadores de CS:GO punidos pelo uso do famoso “bug do coach”. No total, são 37 indivíduos, sendo oito deles brasileiros. Alguns dos nomes citados já eram conhecidos, como é o caso de Ricardo “dead” Sinigaglia, mas outros (como Nicholas “guerri” Nogueira e Alessandro “Apoka” Marcucci) foram oficialmente anunciados pela primeira vez.
ESIC announces sanctions against 37 individuals in relation to the exploitation of the Spectator Bug.
— ESIC (@ESIC_Official) September 28, 2020
Only 20% of available data (99,650 demos) has been examined.
ESIC to issue one final report at the end of October to close the investigation. pic.twitter.com/tyduJkVvxo
O banimento dos infratores é válido para competições que possuem parceria com a ESIC (como ESL, DreamHack e BLAST), mas isso não impede que outras organizações adotem as mesmas medidas. O tempo individual de afastamento varia com a gravidade de cada infração (sendo esta julgada por análises realizadas internamente). Confira a lista de brasileiros afetados pela medida, incluindo a punição delegada a cada um deles:
- Ricardo “dead” Sinigaglia (ex-MIBR) – banimento de 6 meses e meio
- Nicholas “guerri” Nogueira (FURIA) – banimento de 4 meses
- Alessandro “Apoka” Marcucci (BOOM Esports) – banimento de 5.4 meses
- Bruno “ellllll” Ono (paiN Gaming) – banimento de 10 meses
- Henrique “rikz” Waku (DETONA Gaming) – banimento de 10 meses
- Pedro “peu” Lopes (W7M Gaming) – banimento de 10 meses
- Arthur “prd” Resende (RED Canids) – banimento de 10 meses
- Arno “ArnoZ1K4” Junior – 10 meses banido
Alguns treinadores internacionais famosos e respeitados também apareceram na lista. Entre eles, estão Aleksandr “MechanoGun” Bogatyrev, Robert “RobbaN” Dahlström, Faruk “pita” Pita, Slaava “Twista” Räsänen e Sergey “starix” Ischuk.
O “bug do coach”
O bug em questão é capaz, essencialmente, de dar ao treinador uma visão aérea (com liberdade para mover a câmera) de qualquer ponto do mapa da partida que estiver em progresso. Desde que o coach não desfizesse a ação, ele poderia se manter nesta posição de vantagem durante o jogo inteiro. O árbitro Michal Slowinski, um dos principais responsáveis pela descoberta tanto da trapaça quanto de seus usuários, fez um tweet demonstrando o funcionamento do glitch:
For those wondering how this coaching bug works, here is a short clip of me being bugged on mirage, A spot. You can pick any location on the map you want. And yes, you can rotate the camera angle as much as you want. pic.twitter.com/C0CdDV9zXi
— Michal Slowinski (@michau9_) August 31, 2020
Durante o tempo em que esteve ativo, o bug era extremamente fácil de se ativar. Para fazê-lo, era necessário que o treinador entrasse na partida antes de qualquer outro jogador de seu time. Isso permitiria ao trapaceiro escolher a posição em que se fixaria, podendo ser em locais normalmente inacessíveis ao jogador. Assim, o coach era capaz de monitorar indevidamente a atividade adversária. Esse recurso é utilizado, segundo descobertas do próprio Slowinski, desde 2015.
A reação dos treinadores
Na última sexta-feira (25), dead postou um comunicado no TwitLonger, em que afirmou que as punições estão sendo aplicadas até mesmo sem evidência de que o bug tenha sido realmente usado pelos treinadores em questão. No entanto, a ESIC explicou a ele que, a partir do momento em que o bug ocorre, o coach deve se desconectar ou estará se colocando em uma posição que fere a integridade do esporte, obtendo ou não uma vantagem com isso. Em razão disso, o ex-coach da MiBR concordou com a punição que recebeu. O comunicado completo pode ser encontrado na íntegra no tweet abaixo:
COACH BUG – ESIC RESOLUTION – [EN-PT]
— Ricardo Sinigaglia (@ricsini) September 25, 2020
Read: https://t.co/JGxiYnqn2M
Apesar disso, cada caso é único, assim como a reação dos treinadores acusados. Alguns, como guerri e Apoka, seguem alegando inocência, baseando-se no pressuposto de que eles estavam atrás dos jogadores, e não em seus próprios computadores, enquanto o bug ocorria. O técnico da BOOM fez um tweet, onde apontou que era possível notar a falta de movimento em seu computador, sinal de que ele não estava presente, no momento do bug. Enquanto isso, o coach da FURIA fez um vídeo para explicar o assunto. Essa gravação pode ser conferida abaixo:
Outros técnicos admitiram a culpa e aceitaram a punição sem contestar. É o caso de prd, que chegou a ser afastado da RED Canids, time em que atuava recentemente.
Veja também: dead reconhece erro e se desculpa com a comunidade